A inspiração da pesquisa vem da urgência e necessidade de trazer para o campo das artes o diálogo sobre o tema: preservação e manutenção dos Biomas Brasileiros. A inspiração aliada a prática do desenho de observação da natureza possibilitou o  processo de transgressão das técnicas de Ilustração Científica. Os desenhos são híbridos de insetos, plantas, órgãos; são cruzamentos sutís onde a imagem volta a ser algo traiçoeiro aos olhos e provoca nossa memória ao acessar formas orgânicas semelhantes e familiares as formas e texturas presentes na vida cotidiana. A falta de convivência com a natureza nos afasta da sua diversidade potente.

Gabriela Mutti, março de 2015.

A biodiversidade e paisagens do Bioma Cerrado, servem como uma fonte inesgotável de inspiração para artistas em todo o mundo. Suas vastas planícies, matas ciliares e formações rochosas únicas proporcionam um cenários de imediata conexão com o mistério da natureza.

No entanto, esse mesmo mistério está sob ameaça crescente, enfrentando um dos maiores desafios de sua existência: a extinção. O avanço implacável do desmatamento, a expansão agrícola descontrolada, e a distância afetiva entre as pessoas e a natureza, estão colocando em risco inúmeras espécies e ecossistemas dentro desse bioma, inclusive a nossa. O incômodo gerado por essa necessidade de ação, direcionou a minha atenção para pesquisas arte-científicas com propostas e reflexões sobre conscientização social e ambiental.

Assim, ao desenvolver pesquisas sobre o Bioma Cerrado e compartilha-las em sites, exposições, e diálogos cotidianos, proponho momentos para reconhecer a necessidade permanente de proteger e preservar a natureza para existirmos no presente. As séries “imaginação extinção”, “Jardins abertos”, “Codex”, Video-arte “Sinestesia imaginação”, são matéria dessas pesquisas inspiradas no Cerrado, com início em 2013, na cidade de Brasília, DF, Brasil. 

Referências: Burle Marx, Margaret Mee

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